terça-feira, janeiro 09, 2007

Paul Singer e o aborto e a eutanásia

vou postar a resposta de uma garota num mailing list de vegetarianismo, quando um cara apontou a contradição de Paul Singer: defensor do aborto e da eutanásia, por que?


>Olá "----", legal tua defesa em relação à eutanásia, porém acho
que está errado em relação à idéia de Singer sobre o aborto, ele não se contradiz quando defende o aborto uma vez que o que ele quer é o bem-estar e não necessariamente a vida, ele está contra o sofrimento acima de qualquer coisa, e isso é básico em todo o seu pensamento.

Essa questão do aborto gera muita polêmica, mas na maioria das vezes está relacionada a perspectivas dogmáticas/religiosas e tal, e contra a fé, não temos argumentos.

Mas o aborto muitas vezes serve como um meio para que se possa evitar o sofrimento intenso, como por exemplo de fetos que possuem algum tipo de complicação séria e irreparável que o dará péssimas condições de vida, como também pode evitar um tipo de sofrimento muito sério e não menos intenso como é o daqueles indivíduos que foram rejeitados durante a gravidez e que por uma questão política tiveram que nascer e ter um tipo de vida terrível, sendo privado de afeto, atenção, cuidado, de satisfazer suas necessidades mais básicas possíveis, etc.

A idéia de que com o tempo as mães acabam gostando do filho é muito bonita, porém também é fantasiosa porque na realidade nem sempre vemos isso. Aí quando vimos um número crescente de crianças que estão sendo largadas em abrigos, bebês que são abandonados pouco tempo depois do parto, outras crianças que são exploradas/escravizadas, ou aquelas que a "única" coisa que não possuem é "amor" e acabam se tornando um adulto problemático etc



...ficamos todos comovidos, mas se o aborto fosse permitido muitos desses problemas poderiam ser evitados.

Pensando que, no caso do primata humano, se o aborto for feito até na vigésima semana de gestação o "aglomerado de células" não sentirá nada porque seu sistema nervoso não está formado ainda, logo ele não pensa,não tem consciência, não tem emoções, etc porque teria ele a
obrigação de viver? E mesmo depois desse tempo o aborto poderia estar evitando sofrimento já que hoje temos formas abortivas que não infligem dor.

Acho que dar o "direito à vida" a todo e qualquer feto não é um gesto "bondoso" uma vez que ao defender isso estamos muitas vezes condenando um ser a uma vida totalmente infeliz e eu prefiro a não existência que uma existência tortuosa, um exemplo imaginário: antes a extinção das vacas que a vida que elas possuem hoje dentro da indústria da carne.

E ainda, a questão não seria trocar o aborto por métodos anticoncepcionais, o ideal seria que paralelo à legalização do aborto, fosse feito grandes projetos de conscientização/educação etc.

Na verdade essa questão vai muito além do que estou dizendo, mas a idéia é apenas dizer que Singer não se contradiz.

abraços, "-------".


fonte: http://br.groups.yahoo.com/group/svb-curitiba/message/512

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