segunda-feira, janeiro 08, 2007

O que é o Especismo e a metáfora varonil dos churrascos

"A espécie humana é única - toda espécie é única - não por causa de uma característica especial, mas por causa de uma combinação única de características. Por definição, nenhuma outra espécie pode compartilhar toda constelação de características que faz de nós seres humanos, mas qualquer uma dessas características pode ser partilhada com outra espécie. Da perspectiva da teoria da evolução, os seres humanos são apenas uma espécie dentre muitas (e não necessariamente superior a qualquer outra) e não se acham separado dos "animais" por uma barreira intransponível"

Willliam M. Baum - Compreender o Behaviorismo



(...)


Especismo

O especismo é uma discriminação muito arraigada culturalmente e não tão reconhecida socialmente. Baseia-se na diferença de espécie. De modo similar ao sexismo ou ao racismo, a discriminação especista pressupõe que os interesses de um indivíduo são de menor importância pelo mero feito de se pertencer a uma determinada espécie. De acordo com a igual consideração de interesses [1], qualquer que seja a espécie, os interesses semelhantes devem ser respeitados. Inferir dor num animal sem se preocupar com isso, é ignorar o princípio básico da igualdade, que parte da premissa da igual consideração de interesses.

ORIGEM:


O termo foi cunhado originalmente como "especiecismo" por Richard D. Ryder e usado por ele a primeira vez em 1970 em um panfleto, mais tarde foi adapatado para especismo por autores como Tom Regan e Peter Singer.


Tipos de Especismo:


Existem basicamente dois tipos de especismo. O mais comum, o especismo elitist
a é o preconceito para com todas as espécies que não a humana. Este tipo de especismo tem ligação bastante próxima com o antropocentrismo muito disseminado em culturas patriarcais ocidentais. A outra forma de especismo, é aquele que escolhe uma(s) espécie(s) como alvo da discriminação. Por exemplo, algumas pessoas podem acreditar que nunca deva se tirar uma vida de um cão e gato, mas ao mesmo tempo podem ao ignorar o direito à vida de um boi ou porco, se alimentando destes .

(Fonte: Wikipedia - a enciclopédia livre)



Pra mim, anterior ao regime do Capital, veio o regime do Patriarcado....O Capital é consequência do surgimento do Patriarcado...O que sustenta esse regime, a exploração, ganância e soberba é um sistema de valores tipicamente patriarcal...Foram eles, os homens, que começaram a comer carne. O que foi, em essencia, um ato político, mais que social...Enquanto ainda sobrevivia um matriarcado e havia esse momento de transição, e começou-se a comer carne, haviam rituais e procissões para perdoar as pessoas por comerem carne. No egito, toda carne antes de ser comida tinha que ser abençoada pelos templos.Em geral começou mesmo como ritual, e não no comer em si, alimentação. Comia-se carne em épocas, num sentido de culpa e lembrança da queda da humanidade.Na psicanálise, falarei mais tarde sobre o mito/arquétipo no livro Totem e o Tabu, de Freud, que narra a queda do pai primitivo quando as tribos comem o totem sagrado de seu clã e a partir daí inventa-se a culpa e a moral, e a civilização.Neuroses orais em geral tem forte relação com a carne. Na anorexia e Bulimia é o alimento principal a ser cortado ou vomitado, o cheiro nauseabundo. A relação psicológica com a carne é conflituosa em si, e vem a afirmar a tragicidade da nossa espécie. Com certeza é invenção artificial, de implicações na organização da sociedade e na compulsão pela dominação e extermínio...indico para essa reflexão o filme '2001, uma odisséia no espaço'.

Comer carne é um ato de afirmação da insensibilidade e da barbárie, e uma negação da essência humana primordial, de fusão com a natureza e solidariedade.

(...)

Mensagem de resposta ao seguinte protesto de uma amiga sobre quem veio antes - Capital ou Patriarcado?

'Veggie, creio que um não substituiu o outro, senão vigoram conjunta e pacificamente (destruindo a paz dos outros!). A ordem econômica é mais nova, mas por baixo corre um rio perene, tão flexível que consegue ir se adaptando milênios a dentro, esse sabor comportamental conhecido.Vemos muitas adequações e concessões de uma ordem à outra, como a ocupação do espaço público pelas mulheres, com sua entrada como mão-de-obra para o mercado de trabalho, ou com a nuclearização da família, tornando mais numerosas e fragmentadas as unidades de consumo. A ordem econômica é mestra em criar desigualdades e, nesse interim, se coaduna muito bem com o patriarcado.Ao contrário do que a gente é compelida a achar, o patriarcado que está nos livros de história continua vigorando. '


"Não quis dizer que um substitui o outro...um é consequência do outro. Concordo com você que as bases produtivas definem as relações sociais, tanto é que dependendo da configuração geográfica observa-se comunidades patriarcais ou matriarcais (comunidades baseadas na agricultura e próximas a rios geralmente são matrilineares e matriarcais, como na África. No brasil, como a base econômica é a pesca, a maior parte das comunidades aborígenes é patrilinear e com predominância masculina na organização social).

O Capital é diferente da Propriedade Privada. Lembremos que ele se delineou em tempos remotos, mas se estruturou de fato no sec. 17, 18, 19. Mas a idéia é meio que a mesma de fato...

Sim, o capitalismo é persistente porque possui muitas estratégias para dominar, como fica claro a divisão social do trabalho, que cria a alienação das pessoas que não sabem mais o que constitui o todo das suas relações...Porém o desenvolvimento cognitivo e intelectual humano se deu num constante processo dialético de superação da alienação por via de instrumentalizações materiais e intelectuais (signos, e o reter do material simbolicamente representado na ausência material deste, q dá a capacidade de abstração).
A mãe do vegetarianismo no ocidente (digamos, a teórica dele...) foi uma mulher, Anna Kingsford. E o que sempre me intrigou era que a maior parte dxs vegetarianos eram mulheres...
Sim, desqualifica-se os vegetarianos. Viados, nojentos, tem dózinha dos bixinhos,xaropes e enjoados, quem já não ouviu isso?? Comer carne, reafirmo, é puro gesto de arrogância masculina. A forma como uma mulher come carne é bem diferente da forma que os homens comem: eles especializam em churrasco, nas carnes, se acham geniais por saber assar carnes, prepará-las, degustá-las. A única culinária que aceitam praticar os homens é o churrasco, uma reunião da falocracia máscula pra masturbação mental conjunta de que são os guerreiros que subjugaram os cadáveres covardemente mortos por alguém que não foram eles, os machões marciais dominadores.
Não deixam as mulheres chegarem perto do seu "cargo nobre" num churrasco, ficam escondidas fazendo a salada. Só na cozinha do churrasco é que os varões se permitem praticar seus dotes culinários, pelo caráter de ritual do simbolismo falonarcísico. A festividade do esbanjamento da sua masculinidade predatória e seu gozo do poder e ambição, aquilo que os torna tão homens, tão magníficos, tão superiores @s demais.
Comer carne é um ato de afirmação da insensibilidade, do orgulho da sede (de)predatoria e da barbárie, e uma negação da essência humana verdadeira, aquela que inicialmente, nos primórdios, estabeleciam fusão com a natureza e comunhão entre os individuos.

Assim hoje, como um tipo de castigo da Grande Mãe, os animais humanos sofrem a vingança dos animais: seus intestinos estão amaldiçoados, morrem de canceres, paradas cardíacas, derrames cerebrais, cisticercose, menstruações anormalmente adiantadas tornam cada vez mais prematuras as meninas, epidemias de verminoses transmitidas pela ingestão de carne e evacuação de cistos originados do ciclo da ingestão de carne contaminada nos solos e águas, tumores de mamas, ovários, pedras nos rins, infecção urinária, obesidade, envelhecimento prematuro, e tantas outras muitas maldições da civilização.

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